segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Crescendo em todo o conhecimento e sabedoria, firmados na Rocha, que é Cristo



"E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis, porque ainda sois carnais;" 
1 Coríntios 3:1-3a


Quando recebemos o presente da vida eterna, ao reconhecer Cristo como único Senhor e Salvador, passamos por um processo de novo nascimento, e nos tornamos crianças espirituais, as quais, a bíblia chama de neófitos.

Precisamos de alimento, abrigo, acolhimento, supervisão, incentivo, disciplina, entre outras coisas, segundo a medida do que nosso organismo dá conta de absorver. Quando uma criança é muito pequena, bebe o leite, um dos únicos alimentos que a sustentam sem agredi-la, pois, volto a dizer, seu organismo ainda não dá conta de alimentos mais pesados, mais sólidos e compostos de diversos ingredientes.

O apóstolo Paulo, ao escrever aos Coríntios, em suas primeiras linhas de dissertação, elucida que para se comunicar com estes, precisa tomar cuidados e observar o que estes dão conta de se alimentar, de absorver, de compreender da palavra, sem que isto lhes cause algum mal. Porém, chega um momento em que é necessário avançar e se permitir crescer espiritualmente.

O problema que enfrentamos, é que muitos cristãos se comportam como membros atrofiados, que não conseguem acompanhar o crescimento do restante do corpo, permanecendo neófitos por longo tempo, se recusando a assumir posições e atitudes mais maduras, mais condizentes com sua idade espiritual, recebendo em si mesmos as barreiras e os impedimentos para a vida em abundância que Cristo conquistou para nós.

Ele já enfrentou todas as coisas, suportou todas as nossas dores, para que voltássemos a ter uma vida espiritual saudável e livre de práticas legalistas e religiosas. Nos chamou para aprendermos com os nossos erros, reconhecer e suportar as nossas dificuldades, superando-as, e ainda mais, nos deu as instruções necessárias para podermos enfrentá-las, a Bíblia.
Precisamos nos fortalecer, crescer, afundar nossos pés mais fundo na Rocha que é Cristo, firmarmo-nos em Sua palavra, na comunhão com os irmãos, no crescimento do Seu Corpo, pois, se alguma parte não crescer junto do restante, torna o corpo todo deficiente, incapaz de alcançar todo o potencial projetado por Deus.

Paulo ainda usa a linguagem do fundamento, da construção. Somos obra de Deus, quando chamados a nova vida, a base foi lançada em nós, Cristo Jesus, sobre quem deve ser realizada a edificação, e sobre a qual nada se abala. Quando construídos, após o lançamento da base, a construção começa a ser edificada, construída segundo o projeto que fora proposto. Nosso grande arquiteto enviou inúmeros despenseiros, mestres de obra, pedreiros, para ajudar a construção deste edifício, a fim de que ele fique pronto e funcione como um equipamento do Seu reino.

Não importam os despenseiros, nem os mestres de obra, ou pedreiros, não são estes que marcaram os objetivos desta obra, não são estes que pagaram o preço para que fosse construída, apenas trabalham para o dono da obra. Se não nos edificarmos sobre o fundamento que é Cristo, nossas obras e ações serão como palha, e no dia do juízo, serão passadas pelo fogo, e apenas aquelas construídas sobre a rocha permanecerão.
Vamos abrir mão da nossa postura acomodada e passiva! Chega um momento que a criança precisa aprender a andar sozinha, criar autonomia. O ralo leite não é mais suficiente para nutrir todas as necessidades de seu organismo. Vamos nos alimentar da Santa Palavra de Deus, inundar nosso ser com Sua vontade e nos firmar nEle. Permanecendo firmes, inabaláveis, na Rocha que é Cristo!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Rock ou pagode?



Entre os denominacionais há correntes teóricas divergentes, que convergem em curvas declinadas e acentuadas, entrando em emaranhados e labirintos, e se enroscando em si mesmas. Uma delas é a discussão sobre música santa e música profana, o que é música de Deus e música do diabo.

Como músico cristão, sou inclinado a pensar que existe algo de sobrenatural no que tange a manipulação de notas, acordes, ritmos e combinações de sons para produzir o efeito musical desejado. Nessa onda da música sobrenatural é que os denominacionais se perdem em suas discussões, tentando entender o poder da música, seus efeitos e suas particularidades.

João Alexandre disse certa vez que a música não é um fim em si mesma, não possui vontade própria nem livre arbítrio, ou seja, ela não escolhe ser santa ou profana, ela é simplesmente a combinação poética de sons com a finalidade de sensibilizar os seus ouvintes em suas emoções. A música, seja ela santa ou profana, tem a propriedade de mexer com nossas emoções, não importa quem a toque, desde que a toque da maneira certa, no tempo certo.

Quanto a nossa discussão, queria entender melhor, nossos irmãos se dividem em posições variadas quanto a esse tema, o que aqui, fazendo uma alusão às palavras de Paulo que caracterizou uma discussão entre os que são de Paulo e os que são de Apolo, seria dicotomizado entre os que são do "Rock" e os que são do "Pagode".

Aqueles que são do Rock pregam que o cristão só pode ouvir e trabalhar com músicas criadas por outros cristãos, enquanto os que são do Pagode dizem que não importa a música, o que importa é o coração do músico.

Nesta divagação, pergunto eu, de que lado você está? Você é do Rock ou do Pagode? Ou você tem uma terceira opinião sobre isso?

quinta-feira, 22 de março de 2012

Mais chegados que irmãos




Amigos, compadres, companheiros, brothers, manos.... tantos nomes, tantas culturas, tantos tipos e estilos mas que definem um único ser: aquele pedaço de nós que em algum momento se desprendeu de nós e foi habitar em outro corpo. Usando uma linguagem puramente metafórica, mas que verbaliza o encontro de pessoas que compartilham similaridades e afetividades.


É engraçado como duas, três, quatro, oito, ou mais pessoas, mesmo sendo tão diferentes, conseguem ser tão iguais, se sustentar e se compreender em nível quase subatômico. A amizade é um tipo de relacionamento que a palavra de Deus incentiva a vivermos e a oferecer para outros.


De acordo com o site Wikipédia, o termo amizade é definido da seguinte forma:


"Amizade (do latim amicus; amigo, que possivelmente se derivou de amore; amar, ainda que se diga também que a palavra provém do grego) é uma relação afetiva, a princípio, sem características romântico-sexuais, entre duas pessoas. Em sentido amplo, é um relacionamento humano que envolve o conhecimento mútuo e a afeição, além de lealdade ao ponto do altruísmo. Neste aspecto, pode-se dizer que uma relação entre pais e filhos, entre irmãos, demais familiares, cônjuges ou namorados, pode ser também uma relação de amizade, embora não necessariamente."

Me senti tocado neste dia por ter tido contato com um amigo antigo, passado um bom tempo com ele no telefone, e conversar sobre as mudanças que ocorreram em nossa vida ao longo dos anos e sobre os problemas que enfrentamos hoje em dia. Percebi que estamos numa nova etapa, somos mais cobrados, mais amadurecidos, temos mais responsabilidades, vivemos no mundo dos adultos hoje. Mas também, foi muito revigorante poder perceber a liberdade para ser menino denovo, poder sentir novamente o gosto da infância, da ingenuidade, da cumplicidade e do suporte.

Este tipo de relacionamento está se perdendo. O mundo tem ensinado cada vez mais a extravasão da sexualidade, da promiscuidade, da frieza das relações e da virtualização da convivência. Por outro lado, o ativismo, as pressões sociais, as mudanças culturais e societárias, também modificam nosso comportamento e nossa forma de ser com as pessoas. O conceito de amizade se perdeu! Hoje, na época do capital, amizade tem sido uma moeda de troca, onde ofereço a alguém os meus serviços, em troca de algum tipo de benefício pessoal. Só me relaciono com pessoas que me agradam, ou que estão me fazendo bem, quando elas deixam de me fazer bem, ou quando encontro algo que me satisfaça mais, rapidamente as abandono e me volto para minhas próprias necessidades, não aprendi o que é amizade de verdade! E, para todas essas pessoas que conhecem apenas esse tipo, só posso dizer uma coisa: tenho muita pena de vocês!

Precisamos nos ater para os detalhes, eles fazem toda a diferença! O que somos ou fazemos nessa terra é passageiro. O que conquistamos, o que lucramos, ficará enterrado, não poderemos levar para a outra vida. "Uma geração vai, outra geração vem, mas a Terra para sempre permanece"

Engraçado ver como a palavra amizade deriva da palavra "amor", pois amor, termo tão banal hoje, é mais que um sentimento, é uma postura. Posso ainda ser mais ousado e dizer que quando vivenciamos a verdadeira amizade, experimentamos um pouco de Deus, pois se amizade deriva do amor, e se Deus é amor, logo, amizade deriva de Deus.

Cuide bem daqueles que estão próximos a você. Viva um amor não fingido. Lute contra a lógica dominante do egoísmo e do autocentrismo. Experimente as maiores alegrias em poder compartilhar sua vida com seus amigos. Valorize-os, invista neles, gaste tempo com eles, pois são parte de você. A solidão não foi feita para o homem, o próprio Deus viu isso!!!! Desde o Édem nos ensina a andar com alguém, enviando-nos de 2 em 2 para anunciar o evangelho, sempre colocando outro como suporte: Moisés teve Jetro, Davi teve Jonatas, Daniel passou pela prova com mais 3 amigos.

Vamos anunciar o evangelho e experimentá-lo em nossas vidas, fazendo de nós mesmos testemunhos do que Deus faz!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Uma medida de trigo por um dinheiro





"E, havendo aberto o terceiro selo, ouvi dizer ao terceiro animal: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo preto e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança na mão. E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro, e três medidas de cevada por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho. " Apocalipse 6:5-6"


A ganância, usura, avareza, são características comuns para pessoas que vivem na sociedade do capital. O modo de acumulação de riquezas e a potencialidade do lucro, marcas da nossa forma de organização social, ditam as regras e os costumes dos nossos dias: como vestimos, o que comemos, onde vamos, com quem estamos... pode parecer exagero, mas infelizmente tudo está ligado a um único princípio, ao nosso autocentrismo.

A própria psicologia promulga que em nossos relacionamentos nos aproximamos apenas de pessoas que achamos atraentes ( sob aspectos físicos, emocionais e característicos), o que é a marca de um grupo de pessoas que vive tentando satisfazer vontades e desejos pessoais, ou pelo menos o que lhes foi ensinado como sendo importante.

O conhecimento aumenta, e junto com ele nossos produtos de consumo. As relações comerciais se tornam cada vez mais virtuais assim como nossas relações sociais. Não temos tempo para sermos humanos, apenas vivemos pelo progresso.

A igreja está inserida nessa lógica egoísta e auto-suficiente, muitas vezes incorporando esta filosofia e sendo alvo justo de retaliação da sociedade indignada por esta não viver a diferença que se espera dela.

Somos desta sociedade e estamos inseridos numa lógica dominante e individualista de vida, que muitas vezes nos coloca contra os ensinos do nosso Mestre Jesus. Então como viver neste mundo de forma a ser a Igreja que Cristo vem buscar?